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Assírios

Baixo relevo no palácio de Dur Sharrukin, hoje Khorsabad, Iraque chamado Lamassu
O povo assírio viveu na antiga Mesopotâmia, região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates. Sua capital, nos anos mais prósperos, foi Nínive, numa região que hoje pertence ao Iraque. O Império assírio abrange o período de 1700 a 610 a.C. , mais de mil anos.

Os assírios eram ferozes guerreiros e usavam sua grande força militar para expandir seu Império. Libertando-se dos sumérios, conquistaram grande parte do seu território, mas logo caíram em poder dos babilônios, um povo que morava ao Sul da Mesopotâmia. Em 1240 a.C, empreenderam a conquista da Babilônia, e a partir daí começaram a alargar as fronteiras do seu Império até atingirem o Egito, no norte da África. O Império Assírio conheceu seu período de maior glória e prosperidade durante o reinado de Assurbanipal (até 630 a.C). Cobravam pesados impostos dos povos vencidos, o que os levava a revoltarem-se continuamente.

Localização geográfica

Ao norte da Mesopotâmia, a Assíria se espalha através de quatro países do presente. Na Síria, se estende a oeste até o rio Eufrates; na Turquia, se espalha ao norte até Harran, Edessa, Diyarbakir e lago Van; no Irã, se estende ao leste até o lago Urmi e no Iraque segue por 100 milhas ao sul até Kirkuk.

Religião

Os assírios praticaram duas religiões ao longo de sua história: o Assurismo e o Cristianismo. O Assurismo foi, é claro, a primeira religião dos assírios.

A religião assíria era muito parecida com a babilônica e sumeriana. Seus deuses eram antropomórficos, temos então Sin, a lua, Chamah, o sol, Nabu, o rio Eufrates, Nibid, o sol nascente, Nergal, o sol do meio-dia, Adad, a tormenta, Enlil, a terra e Ea, a água. O deus principal, o deus supremo era Assur.

A palavra Assírio, na sua forma latina, deriva do nome de Assur. Os assírios praticaram o assurismo até o ano 256, embora nessa época, a maioria do povo já tivesse aceitado o cristianismo.

Política
Relevo representando Sargão-II e dignitário
As classes dominantes na Assíria eram formadas pelos comandantes militares que enriqueceram com os espólios de guerras. A Assíria era um país guerreiro, até por necessidade de sobrevivência.

Os conquistadores assírios inventaram uma nova política com relação aos povos conquistados; para prevenir revoltas nacionalistas os assírios obrigavam o povo conquistado a migrar em grande quantidade para outras áreas do império.

Isso, além de garantir a segurança do império construído sobre povos de culturas e línguas diferentes, tornou a região, com essa deportação em massa, num caldeirão de diversas culturas, religiões e línguas. Os povos conquistados foram se misturando no Oriente Médio, Mesopotâmia e Armênia.

Embora houvesse pouco contato cultural entre conquistados e conquistadores no início da história da Mesopotâmia sob os assírios, todo o território se transformou numa grande mistura cultural.

Foi o rei assírio Sargão II que obrigou os hebreus a mudar de lugar após a conquista de Israel, o reino mais ao norte dos hebreus. Embora essa tenha sido, comparativamente, uma pequena deportação e estivesse de acordo com a política assíria, ela marca o início histórico da diáspora judaica.

O exército assírio era o maior, jamais visto no Oriente Médio ou no Mediterrâneo. As exigências da guerra criavam inovações tecnológicas e isso fazia dos assírios um povo praticamente imbatível: espadas de ferro, longas lanças, armaduras de metal e machados de guerra, aríetes, escudos, os tornavam inimigos temidos nas batalhas.


Artes
Arte e arquitetura assíria
A arquitetura tem seu momento mais importante com Assurbanipal II que, transformou a cidade de Nimrod em capital militar. Temos grandes muralhas, e em seu interior ficava a cidadela com as construções reais. Os palácios eram construídos, em geral sobre uma plataforma, suas portas eram ladeadas por colossais esculturas de pedra e aposentos decorados com relevos. Entre eles, vale citar os de Nimrod, Khorsabad e Nínive.

As esculturas mencionadas acima eram guardiães dos portais, figuras enormes, geralmente representando touros ou leões com cabeça humana, ficavam uma de cada lado dos portais arqueados. São chamadas Lamassu.

Os templos e zigurates sofreram grande influência da cultura suméria.

Ainda na arquitetura é preciso mencionar a cidade criada por Sargão II, atual Khorsabad, rodeada por uma muralha com sete portas três delas decoradas com relevos e tijolos vitrificados. No interior da muralha estava o palácio de Sargão II, um grande templo, as residências e os templos menores. Seu filho e sucessor, Senaqueribe, mudou a capital para Nínive, onde construiu seu próprio palácio, chamado de palácio sem rival.

Nos relevos podemos observar cenas de conquistas e de caça. Os animais são desenhados com muitos detalhes e as cenas mostram vitalidade.

Outra demonstração da arte refinada dos assírios são os entalhes de selos e esculturas em marfim. Em Nimrod foram encontradas milhares de pequenas figuras de elefantes. Nos entalhes aparecem símbolos dos deuses.

A cultura babilônica exerceu grande influência na literatura assíria. Assurbanipal guardava em sua biblioteca, cópias de exemplares da literatura babilônica.

Declínio
Assurbanipal durante uma caçada.
Embora Assurbanipal tivesse conquistado o Egito, não conseguiu impedir que o país voltasse a ser independente. Após o Egito houve rebeliões na Fenícia, Babilônia e no Elam. Começava assim o declínio da Assíria.

Em 625 a.C. os caldeus conquistaram sua independência e tomaram a Babilônia.

Em 612 a.C. o rei assírio era Assur-Uballit II e seu exército não resistiu à aliança entre o rei da Média, Ciáxares, e o rei dos caldeus, Nabopolassar.

Os assírios foram derrotados em Harran e os dois povos aliados destruíram Nínive e Assur.

1 comentários:

Anônimo disse...

ÓTIMO TEXTO MUITO INTERESSANTE

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